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segunda-feira, 18 de maio de 2020

POEMA: CANTAR POR MARIA CARVALHO

eu amo cantar,
se canto fico alegre.
se eu quero me animar,
eu canto e fico leve.
eu amo cantar,
cantar me faz feliz.
canto pra sonhar,
tudo que sempre quiz.

quando to chatiada,
com raiva de todo mundo.
eu canto nada com nada,
e suspiro profundo.
e quando tou triste,
as vezes choro cantando.
desabafo com uma pley list,
até eu ir me acalmando.

quando estou pensativa,
sem nada pra fazer.
pego meu instrumento,
e começo a espairecer.
não há nada melhor no mundo,
do que sorrir e cantar.
em dupla, triu ou solo,
não importa, o som fica no ar.

ja fui menospresada,
por ter o canto diferente.
mas já não importa,
por que canto o que você sente.
cantar me resplandece,
mais do que técnica, é moção.
é aqui que tudo acontece,
dentro do coração.

sábado, 9 de maio de 2020

pimpão em o início da minha vida por maria carvalho

-- pio pio! Aquele ser humano pequeno e gordinha, que só me ver se eu piar que tem uma voz com som de pinto me pediu pra expor minhas ideias aqui pra vocês. E relatar como está minha situação após a história anterior. Como todos sabem, eu sou o pimpão. Nasci diferente, e acho que até de mais. E por causa disso eu sofri bastante. Quando eu nasci, eu não tive mãe. Vivia com vários pintinhos pequenos. E que me achavam estranho e eu não sabia por que. Um dia, um senhor humano, grande, barrigudinho, de cara mau humorada me colocou numa caixa e me levou para um local junto com mais alguns pintinhos. Passaram-se uns minutos, e ele me tirou dessa caixa e me colocou em um lugar com grades, cheio de areia e mato, com mais alguns pintos e claro, os que vieram comigo. Esse senhor barrigudo e mau humorado, era bem legal. Ele colocava comida pra gente e era muito bom. Seria melhor ainda se eu conseguisse comer. Mas os meus amiguinhos não deixavam. E me picavam muito. Até arrancar as poucas peninhas que eu tinha na raiz. Meu bico também não conseguia pegar muita coisa. Eu tenho um bico meio estranho sabe? Diferente das dos meus irmãos. Ele é como uma cruz. Atravessado. E realmente é a cruz que eu carrego. Pois eu queria comer, mas pra conseguir pegar um grauzinho de milho, precisava bicar bastante, e ainda sim os outros tiravam do meu bico. Todos os dias esse senhor ia nos visitar, e fazia um barulhinho estranho com a voz, bem fininho parecido um pinto Rocco, e a gente já sabia que ele vinha nos dar comida e água, então corríamos pra perto dele, e La vai mais uma luta. Eu tentando pegar algo pra comer e os meus amigos não deixavam, me bicavam,, mas eu precisava comer, então eu deixava a dor pra La e continuava procurar comida. Um dia, o senhor não pode ir, foi visitar alguém num lugar chamado interior. E quem veio deixar comida pra gente foi uma humana mulher que tinha olhos de vidro em cima dos olhos dela, e uma humaninha dentuça. Assim que elas chamaram, a gente correu pra comer. E meus irmãos, que já estavam mais autos que eu por comer muito eu nada, começaram a me pisar ao invés de me bicar. E os outros que não me pisavam me bicavam. Eu nem ligava mais pra isso, era normal na minha rotina. Já quase não tinha peninhas, então já me bicavam na carne. Faziam sair algo vermelho de mim, que a menininha se assustou. Disseram que era sangue, então a humaninha pediu pra me levar pra um lugar chamado casa. Eu não sabia que lugar era esse, mas mau sabia eu que era um lugar muito legal. Ao chegar lá, elas começaram a colocar remédios onde saiam esse tal de sangue. Era dolorido, mas depois aliviava. Eu achava que era comida, e tentava alcançar, mas elas seguravam meu pescoço pra eu não alcançar. Elas tentaram fazer um negócio chamado roupa pra mim, mas eu achei aquele negócio ruim de mais. Prendia minhas asas, que naquela época estavam grandes e eu podia voar pra cima de um negócio chamado mesa. E elas começavam a fazer um barulho alto. Achava isso legal, acho que elas estavam felizes. Elas faziam um som assim, PIMPÃO, NÃO. DESCE.ai eu descia mais pra cima. Ai elas faziam esse barulho mais auto, com umas caras engraçadas. Seres humanos são bem engraçados. Lá também conheci a humana que só me ver se eu piar. Essa que me pediu pra estar aqui. Ela disse que assim como eu ela era diferente. Mas eu não vi o bico dela torto. Mas entendi, as outras me veem sem eu piar. Ela só me ver se eu piar ou me encostar nela. Mas é estranho por que todos os humanos são diferentes. A, elas me mostraram algo que amei. Um negócio chamado panela de arroz. La tem um monte de arroz, e eu consigo comer. Arroz é muito gostoso. E quando ele ta pregado na panela melhor ainda, por que eu não preciso bicar muito pra pegar. E a panela deixa eu segurar o arroz no bico, por que ele não fica fugindo de mim quando eu bico. Elas pegaram uma tal de panela velha que não usavam mais, e eu fico La quase o dia todo, é meu lugar favorito. Ainda mais depois que um intruso entrou nas nossas vidas. Sobre esse intruso que disseram que o nome dele é Nescau, só tenho a dizer, que chato! Ele passa o dia todo piando, procurando uma tal de mãe. E ainda tirou toda a atenção que os humanos me davam. Era tão legal quando era só eu, elas brincavam mais comigo, e gritavam mais NÃO PIMPÃO. Tenho vontade de bicar ele que nem os meus amigos faziam, pra ver se ele aprende a ser pinto como eu, forte. Mas elas não deixam. As vezes faço isso pra elas gritarem NÃO PIMPÃO, mas depois que elas inventaram uma tal de vassoura, eu parei. Só brinco de não pimpão quando eu não vejo a vassoura. A e o senhor barrigudo mau humorado mora aqui. Agora vejo ele todos os dias. Aqui também tem um passarinho que vive fazendo barulhos estranhos, o nome dele é dileno. Quando o nescal começa a gritar e chorar que nem um ovo, ele e eu ficamos fazendo barulhos estranhos pra ele parar. As vezes vou La na caixa dele só pra ele parar, ele fica comedo de mim e para. E eu tenho descanso nos ouvidos. A, aqui também tem um outro humano mau humorado, as vezes ele fica dizendo que vai me colocar na panela, mas eu já vivo na panela. A humaninha dentussa chama ele de pai. Ele só aparece a noite. A humaninha dentussa também quis me dar um tal de banho, e eu achei isso meio estranho, quando ela me deu isso pela primeira vez, eu achava que eu ia morrer. Nunca vi tanta água na vida, e ela ainda passou um negócio com cheiro estranho chamado sabão. Depois todos ficaram me cheirando, e eu me senti o rei da cocada preta. Eu vi essa expressão numa caixa quadrada que passam humanos pequenos La dentro e uns negócios esquisitos chamados desenhos animados. Humanos tem cada uma não é? Até que achei legal aquela caixa. As vezes me sento no banco da dentussinha, e fico olhando praquilo, é bem diferente. Tem outra coisa que eu não gostei daqui, aqui não da pra siscar. É tudo feito de um tal de si mento, ai se eu tento eu caio. Ai eu tento siscar dentro do arroz, que sai pra fora da panela e fica bem legal. Com um nome chamado sujo, adoro esse sujo. Da pra siscar um monte. Bom, mas agora eu vou indo. Piei de mais, minha panela de arroz me espera. Esse é o meu pagamento, espero que esteja com bastante arroz. Tchau, galera, até mais. Pio pio! --

sexta-feira, 8 de maio de 2020

O pimpão e o Nescau por maria carvalho

Estava aqui conversando com meus pensamentos e lembrei de algo que aconteceu comigo relacionado ao tema inclusão. Pode até parecer coisa da minha cabeça, mas acabei por fazer link da minha vida e de muitos, com a vida de dois pintinhos. Isso mesmo, dois pintinhos. minha mãe e meu pai, resolveram trazer um pouco de suas vidas rurais para a cidade de fortaleza. Criando na frente de nossa casa umas galinhas. Elas são criadas praticamente na rua, pois nossa casa não tem espaço, como nosso pequeno bairro/conjunto não é tão movimentado, isso da certo até. Porém, meu pai não contente com isso, resolveu comprar uns pintinhos de granja, dentre eles um pintinho que veio com uma diferença. Ele, veio com o bico tortinho. As outras galinhas e pintos, maiores que ele, o picavam, pisavam nele, em fim. Quando colocávamos comida para eles, os pintos e galinhas praticamente massacravam o pobrezinho. E ele por ter o bico tortinho, demorava muito pra conseguir comer um grão de milho, tinha que dar umas 10 bicadas pra conseguir pegar um si quer, e ainda si, os outros deixassem. Minha mãe por sua vez, resolveu colocar milho molhado, pra ver se ele conseguia comer junto com os outros. Até conseguia melhor, porém, os outros não deixavam ele pegar. E ele, que já era um pinto sem penas pela raça, ficava sem menos penas ainda, devido os outros bicarem ele, era um sofrimento pro bichinho. Minha mãe então com pena dele, resolveu deixar ele aqui em casa. E descobrimos que ele, consegue pegar com menos dificuldade, arroz cosido. Então, minha mãe pegava o que sobrava da panela, aquela partezinha do fundo da panela e dava pra ele. Por que aqui é que nem coração de mãe, sempre cabe mais um. Principalmente um ser vivo inocente. Resolvemos então ficar com ele em casa, e o nomeamos de pimpão. Entretanto, 4 dia depois que o pimpão estava em nossa humilde residência, minha mãe e minha sobrinha, foram no comercio comprar algo pra comer, e na volta, viram uma das galinhas, que tinha acabado de chocar, bicando bravamente um pintinho marrom recém-nascido. Julgaram ser o filho dela, mas ela tava picando ele e ele podia morrer. Então minha mãe correu, e tirou o pintinho de lá. Quando elas chegaram em casa, viram que o pintinho recém-nascido estava com a orelha, sim, pintos tem orelha, mas estava sangrando. então minha mãe resolveu cuidar daquele pintinho recém-nascido até ele ficar bom das bicadas da galinha, e depois devolver a ela, depois do estresse pós-parto. Minha mãe achava que isso era só uma coisa passageira da galinha. Pimpão que já era um pinto crescido, não gostou muito do pintinho marrom. Queria bicar ele também. Mas o biquinho do pimpão, nesse caso foi bom, porque era tortinho, e não conseguia bicar o pintinho menor. Nossas deficiências as vezes nos impedem de fazer algo que não deveríamos fazer. E isso é bom. Minha mãe cuidou dele, ele já tava ficando bom, e o levou para a mãe dele, que mais uma vez quis matar ele assim que o viu. Ela tinha outros pintinhos, e com eles ela cuidava, mas desse pintinho ela tinha um ódio mortal. Então, deixamos mais um pintinho em nossa casa, que foi nomeado de Nescau. Por que a minha sobrinha tinha ido comprar Nescau quando encontrou ele, e por que ele tinha cor de Nescau. Agora o paço seguinte seria fazer pimpão e Nescau serem amigos. Pimpão que havia sido rejeitado por ser diferente, e Nescau, por ter sido rejeitado pela mãe no nascimento. Depois de muitas tentativas, conseguimos fazer com que pimpão não tivesse mais vontade de bicar ele. E pimpão praticamente passa o dia todo dentro de sua panela de arroz. E Nescau, correndo atrás dos pés de quem passa na frente dele. Acompanha todo mundo, e adora se esconder nos cantos onde tem calor. Ele sente falta do calor da mãe. Mas não há quem supra esse calor e por muitas vezes ele fica piando sozinho. Link que fiz com minha vida. No caso do pimpão, assim como eu já fui um dia descriminada por ser diferente, ele também foi. E assim como minha mãe teve que procurar meios para que eu pudesse me adaptar melhor, a gente também adaptou o pimpão com a diferença dele. No caso de trocar o milho por arroz pra que ele conseguisse comer. Por exemplo, pra eu escrever com letra ao negro igual a todo mundo, foi preciso adaptar um computador com leitor de telas pra que eu pudesse digitar e as letras saírem em meu ouvido e pra vocês ao mesmo tempo. E pra não atrapalhar as pessoas fazerem o que tem que fazer, uso fone de ouvido pro áudio do leitor de telas não atrapalhar a vida das pessoas ao meu redor. O Braille, poucas pessoas entenderiam, fora do meio de pessoas com deficiência visual, então adaptação inclusiva digital, no momento tem sido a solução a pesar de eu saber Braille e amar. No caso do Nescau, quantas e quantas crianças são recusadas pelas suas mães ao nascer sem motivo? Quantas e quantas crianças são abandonadas ou até abortadas antes de nascer? É cruel, mas acontece. Infelizmente acontece. E essas crianças, por mais que tenham carinho de outras pessoas, vão sentir falta, vão sentir falta do calor da mãe, do abraço, do carinho. E quem nunca se sentiu rejeitado por algum membro da família, seja distante ou não? Se você já foi, lembra da sensação? É ruim não é? Dói, dói muito. E fico imaginando que pra Nescau, os piados dele é isso. Se pintinhos tem sentimentos, creio que ele sente muito. Eu senti quando fui rejeitada por minha família, não minha mãe, mas outros membros, e apesar de ter minha mãe me dando carinho, sinto, hoje adulta ainda sinto falta do que eu não tive quando criança do meu pai. Inclusive, amo filmes de pais que cuidam dos filhos. Acho que tem algo haver. Mas foco Maria, foco no que tu ta escrevendo. Ok, voltando... Sobre Nescau e pimpão. Sabe aquela história de que todos rejeitados são amigos? Ou que deveriam ser? Não acontece com o ser humano, e não acontece com os pintinhos. Eles se suportam, mas só. Até que o Nescau tenta. Mas, o pimpão não quer. Será que ele tem ciúmes? Ou é a diferença de idade? Não sei. Eu só sei que minha casa ta bem engraçada. E após essa pandemia creio que terei muitas histórias pra contar. Algumas boas, outras nem tanto. Mas que quando a gente escreve desabafa, e por isso que estou aqui escrevendo esse texto com minhas reflexões sobre pintos, e também por que na pandemia a gente procura o que fazer também.

sábado, 28 de março de 2020

música autoral e é assim

olá meus amigos!

faz tempo que não apareço por aqui. porém, hoje venho deixar uma música
no qual fiz, e meu amigo mauricio silva fez o arranjo. o nome da música
é, e é assim. fiz em momentos de devaneios em relação a situação
complicada que estamos vivendo no mundo todo com a #coronaviros.
espero que apreciem e reflitam também. beijos!

https://www.youtube.com/watch?v=mw5rC1twZCQ&feature=youtu.be&fbclid=IwAR33DpGzdW4P3R50EcmBMaRAo5xdXLzZtxXI5uMb0a--q6Rc2_P-MgwaC4Y